“O síndico do futuro terá que ser mais estratégico, respeitando as normas, mas sempre buscando avançar dentro das possibilidades permitidas”
Você já parou para pensar o quanto sua vida mudou neste ano? O ano de 2020 ficará marcado na vida de todas as pessoas por diversas mudanças que ocorreram em virtude da pandemia iniciada em março deste ano. Por vários dias as pessoas precisaram ficar trancadas em suas casas, longe da civilização, de festas, do trabalho e mais próximas da família. É o “novo normal”, como alguns preferem dizer.
Essa nova realidade não durará para sempre, ou melhor dizendo, para muitos já chegou ao fim. Mas mesmo que acabe, algumas mudanças vão permanecer para sempre na nossa rotina. As pessoas devem cuidar mais da higiene, algumas mudarão a forma de trabalhar, outras passaram a dar uma atenção maior a família e a se preocupar mais em estar em um ambiente seguro. Estas novas tendências vão refletir muito no mercado imobiliário e na forma que muitos profissionais trabalham hoje.
O síndico do futuro terá que ser mais estratégico, respeitando as normas, mas sempre buscando avançar dentro das possibilidades permitidas. O conhecimento técnico é extremamente importante para a função de síndico. É preciso conhecer leis, normas, convenções e regimentos internos. Porém, de nada adianta ter conhecimento técnico se não tiver habilidades comportamentais, ou seja, se não souber lidar com as pessoas e colocar em prática aquilo que é necessário.
Antes de tudo e qualquer coisa, o síndico é um líder de uma comunidade. Mas de nada adianta ter liderança se não souber se posicionar de forma estratégica, respeitando as normas e fazendo prevalecer a decisão da maioria, quando é claro, esta decisão não fere leis e o regimento interno do condomínio. Se vai contra o que está previsto na convenção, isso também não significa que a norma não possa ser alterada para atender a necessidade de uma maioria. O síndico do futuro terá que ter habilidades e inteligência para buscar novas soluções. Buscar novas soluções não significa ter ideias mirabolantes, até porque é preciso respeitar a estrutura financeira do condomínio, pois de nada adianta propor mudanças que não caibam dentro das possibilidades financeiras dos moradores.
O síndico do futuro, além de inteligência e estratégia, também precisa estar sempre antenado, buscando sempre aprender, desaprender e reaprender. É preciso estar sempre à frente, observando toda e qualquer mudança na legislação. É preciso ser comunicativo, investir na empatia e estar sempre pronto para ouvir. É preciso estar antenado as novas tecnologias e sempre se preocupar em promover o bem estar, a comodidade, a valorização do patrimônio e a qualidade de vida dos moradores.
É preciso ser apaixonado por resolver problemas, saber ouvir, ser resiliente e ter capacidade emocional para administrar conflitos, pois nesta profissão tudo isso é normal. Cada condomínio possui suas particularidades, os seus problemas e tipos diferente de pessoas e pensamentos. Não há uma receita de bolo. É preciso saber se adaptar. O condomínio não é apenas uma estrutura, o condomínio são pessoas!
Acompanhe nas próximas edições dicas e muito mais sobre o síndico de ontem, de hoje e de amanhã.
Foto Mauro Marques
Douglas Davi Pena
Advogado
Direto-Executivo do Grupo Soberana
